segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Princesa



Com tantos apelidos que já te dei, esse acho que é o mais atual... P de princesa, isso mesmo, você é uma princesa...
No ano em que perdi a pessoa mais importante da minha vida, sua bisa, e estava a um passo do abismo, morando em outra cidade, longe de tudo e de todos, totalmente sem rumo, desgovernada, questionei tanto o fato dela ter me deixado neste mundo "sozinha", que fiquei grávida... e você é fruto de uma grande paixão que tive na vida, mas se ele por opção, não ficou perto de mim naquele momento tão especial, é que o momento era só nosso, meu e seu. Tive tanto medo da reação da nossa família, de amigos, que todos só foram saber quando vc já estava há seis meses comigo. Foi a notícia. Mas com apoio de seus avós tudo se resolveu - ou ainda se resolve.
Você nasceu linda, branca, com olhos caramelo, doce, suave, calma e muito tranquila. Comecei a ver o mundo com outros olhos, em outra velocidade, passei a não ter tanta pressa, nunca mais acordei de mau humor e coloquei o pé no freio, eu era mãe.
Você foi crescendo e eu sempre conversando com você como se entendesse tudo e fosse me responder a qualquer momento... sim, você sempre foi e será minha grande amiga, e isso sempre incomodou a todos que convivem com a gente.
Me orgulho de você desde sempre, desde suas notas altas na escola, quando ganhava todas as medalhas na natação, se formou no inglês com méritos, e cantava lindamente no coral da escola... e quase nunca com a minha presença, eu sempre trabalhando e você compreendia bem isso.
Te estraguei, isto é fato, mas faria tudo de novo. Filho não vem com bula, não existe manual para criação, e para ser mãe não tem pré requisito.
Você cresceu e começou a não depender muito de mim, e eu a cada dia ficava mais apavorada com a possibilidade de perder a pessoa mais importante na minha vida... cada dia me apegava mais a você, chegando até a te sufocar com meu amor, mas agora você sabe que sou intensa, e não tenho limites, que sou sem noção... rs
Agora te amo igual, mas aprendi a respeitar seu espaço, sua individualidade, sua liberdade, sua caretice, suas roupas, seus acessórios, seu (mal) humor, seu sono...
Recebo até hoje, críticas e comentários desnecessários, pelo nosso relacionamento de amigas, que vão ao cinema, ao shopping, a manicure, na feira, no supermercado, no médico, no barzinho, nas viagens... acho mesmo que todos tem inveja.

Filha, obrigada por fazer parte dessa minha vida louca.

Te amo muito Pê.

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